Quando
o batera Júlio, o vocal Agnaldo e o guitarra Diogo combinaram suas
influências individuais, em 1993, nasceu o Serpent Rise. O tempo de sete
anos foi o necessário para lançar um CD, mas ei-lo, enfim. O debute
contém sete músicas, que seguem fiéis ao que a banda se propõe fazer: o
mais puro Doom Metal atmosférico. E, aliás, que trabalhozinho pra lá de
bem-feito. A começar pela capa, que é bem legal e se você desdobrar o
encarte, descobre um pequeno poster do grupo (como um "Louder Than Hell"
do Manowar). Na verdade, quando recebi esse CD em mãos cheguei a pensar
que fosse uma banda gringa, pois não há um só errinho de inglês e o som
que o conjunto faz é impressionantemente bem-feito. Logo no começo, com
"In the Cosmic Sea", já dá pra sacar o profissionalismo e competência
dos caras. Excelente melodia e arranjos. Vocalização idem. O que, aliás,
acontece com "...Kharma", faixa seguinte. O comecinho lento digno de um
bom My Dying Bride cola facilmente na cabeça e não larga até que os
vocais de Agnaldo chegam, com uma sonoridade visivelmente (ou melhor,
'audivelmente') estéreo. A coisa toda é realmente muito bem-feita.
"Mistress of my Paradise" não foge ao estilo e muito menos "Reflex in
the last Mirror", "Betrayer God", "Travelling Free..." ou "During the
Eternity", que se mostram pratos cheios pra quem gosta do estilo, sem
exagero. Mas o ponto alto do disco vai mesmo para "...Kharma". De
qualquer modo, o som dos caras é realmente bem-feito, com raízes nas
grandes bandas do estilo. O único hiato é a produção sonora, que poderia
ter sido um pouquinho melhor. Por outro lado, vale ressalvar que não há
disparidades entre a sonoridade dos instrumentos (um lá embaixo, outro
lá em cima), pelo contrário: estão todos linearizados e muito bem
entrosados entre si e com o vocal. Ponto para os caras nesse quesito
(além da competência deles pra fazer esse tipo de som, é claro). Quem
gosta de My Dying Bride, Paradise Lost e afins pode ir atrás do Serpent
Rise que é dinheiro bem aplicado.
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